Debate Favela

Debate Favela
Por Alvo Russo

Depuis André Batista, Rodrigo Pimentel e Luiz Eduardo Soares, José Padilha, Cidinho e Doca, Caetano Veloso e Gilberto Gil, Gonzagão, Mário de Andrade, O Rappa e Pearl Jam

“(...) É pela paz que eu não quero seguir admitindo. (...)”
O Rappa



_ Por que desejaria falar
Se não fosse para dizer algo útil?

Ou que está tudo bem,
Graças a Deus:

O céu é azul
E meu lar é...

Não!
Como sou superticioso,
Prefiro, neste caso, a mudez.
Evitando o olho gordo...

E também quem sou eu
Para concluir das vontades alheias,
Se nem Dostoiévski ousou,
Ainda que também um russo,
Vencedor acostumado
Dos mais duros invernos,
Onde todas as guerras desabam?

Tenho muitos defeitos,
Mas, uma qualidade, talvez:
De gostar do silêncio, de tranqüilidade;
Da natureza, para contemplar,
Participando,
E achar que isso
Faz bem ao mundo.

_ Um fundo de QUINTAL...

E, talvez, música!

Não precisa ser alta,
Basta que seja...

_ Uma boa conversa,
Sobre a mais nova graça
Do menino travesso,

Com a tão amada bola,
Na piscina de plástico.

_ Churrasco ao ar livre e suco de frutas,
À noite, com o cheirinho do orvalho,
O abraço das árvores,
A companhia dos pássaros,
Dos cachorros e gatos,
Sob as estrelas
E a luz azul da lua
Rodeado das lanternas
De festa junina!

_ Sim!
Eu estou ao lado da lua
E, lá embaixo, vejo o mar
Basta uma rua, que dou um mergulho!
Como posso?
Se sou tão pequeno?

Eu nem moro aqui -

Sou branco.

No Haiti,
Isso é um sonho.

O que se passa
É crônico...

_ APAGUEM ESTE SONHO!

Ponham aí tiros, mortes,
Sangue e cobiça!

Comércio de um pó mágico:
A fuga adorada da carniça
Do filho do homem do dinheiro

Que me BANCA!

_ A tia já não vale mais nada
Não vale, como não vale o violão

E o samba-canção de Cartola,
O sax de Pixinguinha,
A caneta de Noel.

Não valem, como não vale a feijoada...

_ QUEM SÃO ESSES COMÉDIA?!
Eu gosto é de PODRÃO!

COM TUDO
E bastante maionese!

Montado no meu tênis gringo!

_ Martelados com o martelão do mercado
Do comércio de almas
Que dói à mente.

A prostituição já é até santa,
Nas rodas do crack
Que mastigam gente.

A antropofagia nunca foi tão franca
No seio diabólico da serpente.

O neném mama, tadinho,
E nem sabe o que mama...

É qualquer coisa que já lhe faz doente
E serve para causar um drama
À frente do vidro do carro
Para mais uma puxada!

_ Ssühhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhh....

Que delícia é a vida!
Minhas mãos estão sujas,
Eu sou toda a poeira
No fim da ladeira.

Eu não tenho mais dentes;
Meu filho já não chora.
Eu adoro esse gás carbônico
Da rua próxima ao conjunto...

Eu,
Eu,
Eu!
EU!!!

Uhhhhhhuhuhuhuhuhu
Ahhhhhhahahahahahah

O emaranhado de fios;
A luz amarelada
Do gato de rua.
O valão, o Jacaré!

O churasquinho de gato,
Disputado a tapas
Com os outros fantasmas.

E um gato preto
De olhos vermelhos,
Chifres, escamas
E BABA!

Com pé de cabra.

Ai, meu Deus!
Meus panos...

Cobertores imundos
Que roubei do abrigo!

Quentiiiiiiinhos...

Voaram no tumulto
Da briga
Pelo último pedaço
Daquela carne encharcada,

Que tinha cabelos,

Na farpa mijada
Do palitinho.

Eu me machuquei...
Estou com o rosto cortado,
Embaixo do soco...

DANE-SE!

Nunca diga:
“Dessa água não beberei!”

O bebê ainda está vivo.

Quanta sujeira que eu amo!!!!
Muito papel na rua que voa...
Saco plástico, pixação, fumaça,

ESCARRO!

Esse aqui é o mundo!
Porque você não vem?!

Hahahahahahahahaha!!!!!!
Eu giro!

Hahahahahahahahaha!!!!!!

Uu! Uu!

Eu PINTO e BORDO!

Hahahahahahahahaha!!!!!!

Ih, CARALHO!!!
Que doideira!
Acabou...

Eu estou com fome e frio.

AAAAAAAAAHHHHHH!!!!!
SOCORRO!

Não confesso meu medo
Nem minha vergonha...

PARANÓIA!

Meu escárnio de mim mesmo...

Lá vem subindo um playboy:
Moço, me dá um dinheiro?

_ Ih, alá... Minha onda é outra
Eu sou do reggae-hip-hop
Só vim comprar maconha
E já vou...

Pra Zona Sul
Curtir uma branca

Com meu dread lock!
Deu mole de ter feito um filho...
Mas, quem sabe se você tomar banho?

Tô brincando,
Toma aí

Eu sou do bem...
Tu me deve uma!

_ Obrigada, vou comprar um biscoito...
E uma fralda,
Pra esse pirulito...

_Tá.
Valeu...
Vaza.
Vai!

_ Até nas drogas
Existe hierarquia.
E esse é o bom menino da ladeira...

Todos amam
É artista!
E tá sempre com dinheiro...

É do bem...

Mas, fuuuuuuma!

_ Se é do bem, entretanto,
Por que não planta em casa -
Já que não mora aqui na favela -

E assume as res-pon-sa-bi-li-da-des?!

_ Será que tem sócio?
_ Fornecedor?

_ Bem, bem, bem...

Vamos, agora,
Falar dos barracos...

_ Mas, antes,
Lá vem subindo
“OSOME”!

Veio pegar o arrego

Da van, da net,
Do gás, do tráfico:

_ A sobra da margem de lucro
Do justo lucro ilegal,
Do, justamente capitalista,
Negócio suado do marginal,

Que dá o tal brilho
Aos astros artistas
Da bela TV global,

Maior mercado
Consumidor do Brasil...

Não levanta muito o tapete!
Vamos logo acabar com isso!!
PALIATIVOS, PALIATIVOS!!!

Qual foi?!
NÃO VAI PAGAR?!!!

Terror, tiro,
Porrada e bomba,
Do mesmo lado nacional.

Começa o show!
É fantástico!

Morreu uma menina de doze anos,
Um bebê que mamava no peito da mãe,
A mãe, a filha, a tia e o marido
E uma senhora de oitenta anos.

PLÁ, PLÁ, PLÁ, PLÁ!
PLÁ, PLÁ, PLÁ, PLÁ!

Milhões de balas perdidas...
Mas quem carregou o tambor?

Teteteteteté
Perdeu! Perdeu!

Teteteteteté
Teteteteteté
Perdeu vagabundo!

_ EU CHEIREI PRA TE PUNIR
VOCÊ CHEIROU PRA ME ENCARAR!

A GENTE VAI SE IMPLODIR
E O MUNDO RICO GARGALHAR!!!

_ Como pode isso cair
Sem mesmo antes começar?

_ O meu monstrinho é tão confuso
E o meu banco tão seguro
Que eu nem preciso me armar...

ACABEM COM AS ARMAS DAS PESSOAS DE BEM!!!

No octógono eles se matam
Na arquibancada eu-podre a rir
Eles vão se estraçalhar!

Do contrário,
Eu lhe garanto,
Vai o podre azedar...

No Bangu I
Ou microondas
Algum deles vai dançar.

Todos, todos
Morrem calados...
No intrincado sistema de rabos presos,
Porque polícia e bandido também têm família.

Enquanto o Capeta
Pede a janta,
Comedido ou escrachado,
Com o dinheiro lavado,
Na Suíça ou em Cayman,

Para a sua mais nova amante
Que, logo, logo, vai rodar.

Pois já está cheirando muito,
Ou sabendo o que não devia...

_ Tanto faz...

Bléin, bléin, bléin!

Larguei o dedo,
Passei a serra,

Espera aí!

Tirei o ouro...

Queimei o corpo,
Emparedei!

Parece até filme...

MURRRRR...

AAAARRR...

RA RA RA RA RÁ!

Iiiiiiiihhhhhhh!!!!!

Na festa do porco,
Apareceu o bode:

Matei por causa do tédio?
Ou para defender o sistema?
E se alguém descobre?

FODA-SE!

Eu mato juíza e os caralho...
É só mais um número na lista...

Com minhas armas que vêm das armadas.
Com minhas armas que vêm das fronteiras.

As armas da guerrilha da selva
Dos contras, dos contras, dos generais
Que moram nas coberturas da Atlântica.

Aí,
Bem perto!
Não tem um crioulo...

São dos anos sessenta e oito:
Tudo de nome alemão,

Português, italiano;

Como ainda hoje, ninguém foi julgado...

Os outros tenentes foram otários:

Comunistas
“Quixotescos”...

Morreram sozinhos sem nenhum prestígio.
E tomaram MUITO choque no saco!

FAAAALA, VAGABUNDO!
Hahahaha!!!

Eu tenho inúmeros contatos.
Minhas costas estão pelando!

Melhor são as armas de grosso calibre
Das polícias e forças
Internacionais,

Com as quais
Aprendi a torturar:

Uzi, AR-15, Ponto 40,
Colt cromada, Kalashnikov!

Eu dei várias pros meus primos!
Na promoção, é óbvio...

Tinha tudo no filme
Do cabeludo parrudo
Que eu me amarrava
Quando era criança!

Me ensinaram o comando;
Me batizaram vermelho,
Do sangue que sempre jorrou mais.

Do outro lado da lei,
Quem manda é o dinheiro!

E, não havendo
Um acordão,
Entraremos em guerra
Contra o Brasil.

De braços abertos,
De cabeça para baixo,
Meu líder cheira a enxofre!

TODOS CHEIRAM!!!
Muito mal...

Temos muitos de nós em Brasília,

Em quase todos os poderes!

Só não posso me dar com os árabes.
Hoje, eles são o alvo...
E, se der mole, eu sumo,
Num profundo poço de petróleo.

Quem sabe não invisto nisso?

Não...
Isso tudo que eu tenho,
MEU IMPÉRIO,
Já está TUDO muito bom!

Armas, drogas,
Caça-níquel,

Contrabando, cassino,

PROSTITUIÇÃO!!!!

Segurança, seguros, PROTEÇÃO...

É O BICHO!

PORRA,
Eu sou o GÓDI FÁDA!!!

As máfias, das máfias, da máfia!

Ela era
MUITO gostosa!!!

AGORA, tô com TESÃO!

_ BLÃO!

PLALALALALÁ!
PLALALALALÁ!

Lá se vão a porta
E os capangas

_ CALA ESSA BOCA
SEU FILHO DA PUTA!

Podia ser minha filha!

ESCUTA O QUE EU VOU TE DIZER!

É com você que começa
A lei paralela
Vai pr’as ruas e retorna
Pelas antenas do mal,

Um pouco mais sofisiticada.

É questão de SOBREVIVÊNCIA;
É CLARO!

Mas fica quietinho
E não abana o rabinho

Se não
Tu vai ver
O meu pau...

“O que importa na vida
É levar vantagem.”
Não é?!

Por dez mil vezes com juros,
Pegar o que pode;
Tomar um gole
E enebriar-se!

Tá bonito!
Eu também sou capaz
E MUITO!

O que nos difere
De todos os outros

É a le-gi-ti-mi-da-de.

Você não tem pessoa jurídica...

Tua sociedade
Tinha que ser anônima...

Então, eu te pergunto,
Ao pé do ouvido –
Mas, fala baixo,
Que meu cano tá quente:

Por que não se faz dessa lei verdade?
Por que não se acaba com a hipocrisia?

Meu tacape está bem talhado.

O arco cheio de desenhos
Da História dos meus ancestrais;

A ZARABATANA.

O curare na ponta da flecha,
ADORNADA!

Minha caverna já está forrada;
O rio é perto...

Eu tenho carne! Eu sei o fogo.
Minha mulher está lá dentro,
Fazendo cestos,
Fazendo cerâmica,
Seguindo os conselhos da Cunhã.

Cuidando dos meus filhos,
Com cantos suaves de amor,

À base de leite forte
Frutas e mandioca!

Me esperando...

Este é o pedaço que me cabe -
Todos sabem;
Me respeitam,
Como respeitam a si mesmos.

A gente divide quase tudo...
Alguns chamam amizade.
Outros chamam inteligência.

Mas, pr’a quem não se dá conta

Do que me importa,
Estou à entrada,

VIGILANTE,

Tomando um gólim
Do meu makururu,

Fitando a onça de longe.

Talvez, meu sangue pinte o chão,
Por tudo que é mais verdadeiro.

Vem cá brincar comigo...
Vamos ver quem morre primeiro.

O quê?
Eu não ouvi...

Ah, tá bom...
Eu faço um pacto.

Tiro o pé do teu pescoço?

Não vai dar,
Tu é culpado...

TU VAI É PRA PUTA QUE TE PARIU!!!!

BLÉM, BLÉM, BLÉM!!!

Tranquilidade rapaziada...

Perdi a cabeça;
Ninguém viu essa porra.

Muitos dos nossos morrem
Sem ninguém ter notícia
(São da inteligência),

Nos pontos de entrada
De toda a porcaria
Que esse babaca atravessa
Para o nosso país.

A guerra é mesmo macabra.
Anota aí:
Foi confrontação...

Menos um,
Menos mil,
E, cadê a merda da solução?!!

A violência hoje é estética
Mas, eu não quero ser artista...

EU QUERO MATAR A CAUSA!!!

Passem o rodo nessa porra toda!
Também fiz errado;

Não deu tempo de achar o grandão...
(Se bem que eu já sei,

Mas é melhor ficar calado,

Por enquanto...)

Eu vou-me embora!
(Sou guerreiro, mas não sou ladrão...)

A gente ainda se cruza,
Em alguma encruzilhada...

_ Ih, o chefe tá puto mermo...
Segura a onda aí, ô soldado!

Deixa a imprensa entrar e sai fora...

_ CORTA!

_ Não ferve o sangue demais,
Se não empelota.

Já deu música, já deu gibi,
Já deu filme, já deu novela;

E, agora, poesia...

Tá muito na cara!

VAI
ACABAR
DANDO MERDA!

_ Mas eu falava com a senhora,
Sobre os barracos...

_ Ah é...
O meu?
Fui eu mesma que comprei!

Foi da fábrica,
Foi de um Frei...
Ou foi dum engenho?

Dum capitão
Dum Rei?

Eu num sei...

Taí nos papéu...
É dos cartório de nota.

Aqui num tinha nada,
Mas, num foi barato não.

Naquela época sipagava;
Agora largaro de mão...

Já esses aí do lado,
Coitado,
Chegaro, já mesqueci quando.

Não tinha onde ficá
E ficaro.
Eu mesma ajudei...

Fizero aquele puxado
E alugaro.

Entraro na associação dos moradô
E o fio deles foi eleito.

Graças ao Senhô,
Si tornô carioca,

Da gema e do direito!

Construiu aquela quadra disporte...
Nele, EU VOTEI!

Ele, hoje, aqui é Lei,
Cum a benção do povo
E dos traficante.

O abençoado...

Tem uns amigo na polícia
E em todo lado.

É um “sinhô político”!

Cala a boca Curvina!
Num late!

Faz tempo que num vejo...
Quem sabe ano que vem

Que é ano de eleição?

Acho que tá tudo alugado;
É tudo gente nova.

Cada um no seu quartim.

E bebem...

E fuuuuumam...

O quê?!
É.
Da erva tombeim...

Mas, são uns bão menino.
Trabalho tudo na obra.

Eu pedi pra baixá o som
E baixaro.

Num joga as guimba aqui imbaixo...

Às vez faze até uns bico
Pros pessoal aí da quadra.

E, enfim...
Assim vão levano,
Né memo?!

Vô pra dentro minha fia...
Qué entrá?
Qué água?
Não?

Vô vê a novela;
Minha neta tá michamano.

PAF!

Esses musquito tão micumeno!

Que hora são essa?
Vai escurecê...
Meió i padentro!

Qué um sacolé?
Não?

Que isso?!
NÃÃÃÃÃÃO!

Num é desses não minha fia!
É de côco, de uva, murango...
As criança adora! Olha aí...

Êpa baba!

Sai pra lá
Coisa ruim!

Viva os erê!

Hehehehe!

Meu fio deve tá chegano;
Trabaia o dia inteiro...

Já eu miaposentei!
Minhas perna tão inchada;
Aqui, tá veno?

Foi pelo INPS.
Eu paguei por três salário.
Mas, eles paga uma miséria!

Inda faço umas custurinha...

Prajudá meu fio.

Ihhh! É gostoso!
A gente sisquece dumundo!

O ruim é que só num tem mais mata;
O barulho, as moto,
Os grito, a fumaça.

Esse portão veve pixado...
Num tem mais espaço entre as casa...

Essas rua tudo quebrada,

As lâmpida istôrada,
Os cano furado,
O valão qüesse chêro...

E os tiro aí do fumêro.

Ai, meu São Jorge!

Quando começa eu me pego!
Eu me peeeeeego...
E pido pra ninguém entrá aqui!

I olha queu pago o IPITIÚ!

E o calô?!

Ai, quicalô!!!

Num era tão quente assim...
Sabia?

Mas, inda tem a lua...

Cê sabe queu já vi
Inté macaco nessa mata?

Ihhh!
Isso aqui era um sonho!
E muito passarim!
Mas, hoje, num tem mais nada...

Eu rezo pros meu santo
Porque num sei ondisso vai dá...

Mas inda dá pra vê o má...
Tá vendo ali?
No meio d’antena?
Dispois da Igreja da Penha...
Um pouco mais pra cá do lixão?
Intão!
Ali quié o má!

É só decê uma rua,
Que já dá té pra megrulhá...

Comé qui póde?!
A gente somo tão piquinininho...

É bunito, né?
É bunito...
Mas, como tá puluído!

Tá bom, minha fia,
Vai cum Deus!

Saravá, saravá, saravá!

Quem sabe vai melhorá?

_ Como “ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar”?

QUE LUGAR É ESSE?!

Não merece, o pobre, a epítome
Democrática capitalista?

A propriedade
Ética, segura,
Racional, limpa, legítima;

A PROPRIEDADE NÃO ESTÁ ACIMA DE TUDO?!

A livre iniciativa;
O desenvolvimento de suas faculdades.

LIBERDADE!

A possibilidade de sucesso

(FELICIDADE!)

Que se inicia no leite materno
Estende-se pelo LAR e pela Escola:
Responsabilidade do Estado,
Objetivo propagado do capital.

(É o que dizem, sorrindo, as propagandas...)

IGUALDADE!

(Assim ficam ricos os publicitários...)
Mas, não é COMPRANDO que vou ser alguém.

Não é me matando para ter o básico,
Como se isso fosse tudo...

De que serve exatamente um emprego
Se não for para o bem estar do homem
A favor da humanidade,
Da paz, do amor
E da natureza?

FRATERNIDADE!

E que chances têm aqueles
Que já começam perdendo
No neo liberalismo dos bancos
E nas bancas das bolsas dos boatos?!

DIGNIDADE?

_ O mais irônico
É que, por causa disso,
Todos nós vivemos presos:

O filho do milionário
E o filho do miserável,
CHEIOS DE MEDO!

Vidrados na luz da TV,
Na calçada, ou no home theater,
Atrás das grades,
LED, a cores, 3D,
Que presta pr’a quê?!
Falar um bocado de bobagem!

E o pior: NÃO TEM DIÁLOGO!

Liga aí o videogame
“O MEIO é a mensagem”!

_ Me diz, então, meu big brother:

Por onde começo?!

ME AJUDA, FAZ FAVOR!
Eu não aguento esse peso sozinho...

O Senhor PODE me ajudar,
DE VERDADE?!

_ IBGE, BNDES,
IPPUR / UFRJ,

Forças Armadas,
SUS, EMBRAPA,

Parques e Jardins,
INEA, IBAMA,

Governo do Estado,
Capital, Município,
União e Indústria Nacional,

Banco do Brasil, Banco Central,
Impostos, taxas, contribuições,

Multas, títulos,
Exportações, licenças,
Caixa Econômica Federal,

Justiça Comum e do Trabalho,
JEC e Vara de Improbidade,

Fazendária e Eleitoral!

Defensoria Pública, MP, Polícia,

Bolsa-família, cartão cidadão,

Congresso, Assembléia, TCU e Câmara,
SESI, SENAI, ensino técnico,

UERJ, CAP, Pedro II,
Creche, Colégio Municipal,

Secretaria de obras,
Águas e Esgoto,

Cidade Olímpica e jornalistas,
Empresários, designers,
Merendeiras,

Comerciantes, Controladorias,

Pais e Professores,

Arquitetos e Urbanistas!!!

Lavradores,
Agronegócio,
Psicólogos, artistas, advogados,

Empreiteiros...

Médicos, Filósofos, engenheiros,
Juízes, Prefeitos, Deputados,

Demais autoridades e demais brasileiros:

Acredito que basta de conversa fiada,
Conivência e corrupção;

Jornalismo eleitoreiro,
Propaganda eleitoral...

O que precisamos é de ação!
Estratégia e o fim da malícia...

Por que não querem salvar esse sonho?
TENTEMOS AO MENOS!
Por que não?!

Não se esquivem desse debate!
Aqui está feita a convocação!

_ É a tia que te chama.

Pofavô num me abandona!

Num faz isso, coração...

_ Não, eu não sou escritor;
Estou de pé a favor do que vale.

Tentando não morrer,
Porque não sou mártir;
E mais ainda:
Não sou santo!

PLÁ, PLÁ, PLÁ, PLÁ!

TOUF, TOUF, TOUF!!!

PLÁ, PLÁ, PLÁ, PLÁ!

TETETETETETÉ!
BLÉM, BLÉM, BLÉM!
TETETETETETÉ!

BLEEEIRRR!!!!!!
...

LOUF!

Vários cogumelos e as chamas
Que lambem as carnes esturricadas.

Será tal o meu destino?
Devo “botar a viola no saco”?
Não é esse o som que quero!

É guerra?
Eu vou pra guerra!

Roubaram meu fuzil?
Eu vou de cueca!

E de caneta!

Só que o burguês vai cair também!

Espero,
Como espero...

Ver a lua,
Cheia e livre,

Do meu lado,
Por entre a mata,

Descer uma rua

E MERGULHAR!

Um comentário:

Marco Antonio Martire disse...

Vou precisar de tempo pra digerir esse. Depois eu volto aqui.