Edital da PM
por Russo Abismado-Triste-Inconformado
No momento da pancada esquecia
O ensinamento que ao êxito o levara.
O professor, com deboche, ele agredia,
Deixando marcas de torpeza sanguinária.
Lhe dava as ordens quem também o oprimia:
Prefeito espúrio, imbecil governador.
Não era o herói, que a Justiça defendia?
Por que, agora, infundia tanta dor?
Com prazer mórbido, a botina desferia,
Sem o diálogo que o concurso lhe testou.
E o Direito de lutar por melhorias
Com gás e bombas, ao seu alvitre, ele calou.
Assim agia, pois lhe deram carta branca,
Os dois bandidos, desprovidos de pudor,
Para espancar os que não fossem a favor
Da gatunagem do erário crua e franca.
A cada pancada, traía-se a letra
Que levara
Àquela farda
Uma besta.
A cada pancada, a letra morria,
Pela mão da cria,
Estúpida, ingrata.
A cada pancada, morria a esperança
De ver a cria,
Imbecil, aprimorada.
E o mestre sofria
A política barbárie
O desperdício da aula,
Da alma,
Da cria.
Eis que vivemos em velada ditadura,
Acobertada por tal vã democracia,
Que a bandidagem oficial lhe inoculou.
sábado, 19 de outubro de 2013
Edital da PM
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