Papel Sujo
por Repórter Russo
Por centenas de páginas
De desenho refinado,
Com fotografias coloridas,
Em seções aparentemente desconexas,
Condenam-se as pessoas do povo
Que nasceram pobres
E aquelas que, cansadas
De tanta injustiça,
Resolveram-se revolucionárias.
Ao mesmo tempo, outras são enaltecidas
De tipo europeu e sorriso fácil,
Com dentes reluzentes,
Impecavelmente simétricos,
Muito felizes pelo afago público,
O refastelamento e a proteção
Que os demais não merecem.
Defendem, com unhas e dentes,
Os interesses vigentes de seus anunciantes.
E, portanto, transformam em monstros
Os que clamarem por qualquer mudança.
A propriedade privada, o capital,
As estruturas dominantes
São coisas sagradas
Para os donos da imprensa,
Desde que continuem a prover
Sua infindável ganância.
Do contrário voltar-se-ão,
Com seus termos, em tese, econômicos,
Ditos a esmo, por verdadeiros dementes,
Contra os próprios patrocinadores.
Quando radiodifundido,
É um serviço público,
Diga-se de passagem.
Concessão da Lei Máxima,
Que, no artigo dois-dois-um,
Lhe dá os princípios:
"(...) I - preferência a finalidades educativas,
Artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional
E estímulo à produção independente
Que objetive a sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural,
Artística e jornalística (...);
IV - respeito aos valores éticos e sociais
Da pessoa e da família."
Contudo,
Em uma novela cotidiana,
Dos abastados dramas,
Os poderosos tornam,
Nesses chumaços,
Palavras vazias, ou mesmo mentiras,
Em verdades alarmantes,
A exemplo da mutação perigosa
De cidadãos conscientes em manifestantes;
Desses, em vândalos; Então meliantes;
E, afinal, terroristas.
Sendo assim, é apenas válido
O poder do manifesto
Enquanto não afetar os direitos
Que lhes protegem,
Como a SUA liberdade de expressão,
SOMENTE,
Que, legitimada pelos milhões gastos
Em câmeras, microfones
E toneladas de gel de cabelo,
Para seus repórteres perfumados,
Tem, a seu ver e juízo,
O direito e o dever
De invadir a privacidade de todos.
O que faço, pois, assinante
Dessa escumalha de gente?!
Infelizmente, preciso de algo
Como anteparo da bosta dos meus cachorros.
sábado, 19 de outubro de 2013
Edital da PM
Edital da PM
por Russo Abismado-Triste-Inconformado
No momento da pancada esquecia
O ensinamento que ao êxito o levara.
O professor, com deboche, ele agredia,
Deixando marcas de torpeza sanguinária.
Lhe dava as ordens quem também o oprimia:
Prefeito espúrio, imbecil governador.
Não era o herói, que a Justiça defendia?
Por que, agora, infundia tanta dor?
Com prazer mórbido, a botina desferia,
Sem o diálogo que o concurso lhe testou.
E o Direito de lutar por melhorias
Com gás e bombas, ao seu alvitre, ele calou.
Assim agia, pois lhe deram carta branca,
Os dois bandidos, desprovidos de pudor,
Para espancar os que não fossem a favor
Da gatunagem do erário crua e franca.
A cada pancada, traía-se a letra
Que levara
Àquela farda
Uma besta.
A cada pancada, a letra morria,
Pela mão da cria,
Estúpida, ingrata.
A cada pancada, morria a esperança
De ver a cria,
Imbecil, aprimorada.
E o mestre sofria
A política barbárie
O desperdício da aula,
Da alma,
Da cria.
Eis que vivemos em velada ditadura,
Acobertada por tal vã democracia,
Que a bandidagem oficial lhe inoculou.
por Russo Abismado-Triste-Inconformado
No momento da pancada esquecia
O ensinamento que ao êxito o levara.
O professor, com deboche, ele agredia,
Deixando marcas de torpeza sanguinária.
Lhe dava as ordens quem também o oprimia:
Prefeito espúrio, imbecil governador.
Não era o herói, que a Justiça defendia?
Por que, agora, infundia tanta dor?
Com prazer mórbido, a botina desferia,
Sem o diálogo que o concurso lhe testou.
E o Direito de lutar por melhorias
Com gás e bombas, ao seu alvitre, ele calou.
Assim agia, pois lhe deram carta branca,
Os dois bandidos, desprovidos de pudor,
Para espancar os que não fossem a favor
Da gatunagem do erário crua e franca.
A cada pancada, traía-se a letra
Que levara
Àquela farda
Uma besta.
A cada pancada, a letra morria,
Pela mão da cria,
Estúpida, ingrata.
A cada pancada, morria a esperança
De ver a cria,
Imbecil, aprimorada.
E o mestre sofria
A política barbárie
O desperdício da aula,
Da alma,
Da cria.
Eis que vivemos em velada ditadura,
Acobertada por tal vã democracia,
Que a bandidagem oficial lhe inoculou.
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